Estudo do Thomson Reuters Institute revela que, embora a maioria dos profissionais contábeis preveja alto impacto da reforma, o setor ainda está em fase inicial de adaptação.
Aprovada em dezembro de 2023, a reforma tributária brasileira inicia um longo período de transição, previsto para se estender de 2026 a 2032.
A mudança, que visa unificar alguns tributos sobre o consumo, como PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS, no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e introduzir um Imposto Seletivo (IS). Essa representa uma das mais significativas alterações no sistema fiscal do país nas últimas décadas.
Nesse cenário, os profissionais da contabilidade se encontram na linha de frente, decifrando e aplicando as novas diretrizes.
Com o objetivo de auxiliar a entender melhor este processo, o Thomson Reuters Institute, publico o estudo: “Reforma Tributária no Brasil: Insights, desafios e oportunidades para contadores”, e investigou o nível de preparo, as expectativas e os desafios percebidos por esses profissionais.
Portanto, neste artigo, iremos juntos explorar alguns dos principais achados do levantamento. Além de oferecer um panorama do que esperar e como o setor contábil tem se posicionando neste período.
Os desafios da adaptação para o setor contábil
Um dos dados central da pesquisa nos mostra que a maioria dos profissionais tributários e contábeis ainda se encontra em fases preliminares de adaptação à reforma tributária.
Sendo mais especifico, 61% dos entrevistados categorizaram seus escritórios como estando nos estágios iniciais. Ou seja, em um período caracterizado pelo acompanhamento de informações via imprensa, relatórios e pela avaliação de potenciais impactos nas suas organizações.
Em contraste, uma pequena fração já possui planos de desenvolvimento ou grupos de trabalho internos dedicados a entender melhor esse processo.
Apesar disso, a percepção sobre a magnitude da mudança é elevada a 88% dos profissionais consultados, que antecipam um impacto de médio a muito alto em suas operações. As substituições do ISS/ICMS pelo IBS e do PIS/COFINS pela CBS são consideradas as alterações de maior alcance.
O relatório detalha essa divisão entre o preparo atual e a expectativa de impacto, fornecendo um diagnóstico importante para o setor.
Entre a simplificação e os desafios na transição da reforma tributária
As projeções dos contadores sobre os efeitos da reforma tributária são polivalentes. Isso porque, do lado positivo, a diminuição da complexidade fiscal e a simplificação das obrigações acessórias lideram as expectativas. Além disso, muitos também esperam maior clareza no planejamento tributário e o resfriamento da “guerra fiscal” entre os estados.
Mesmo assim, os desafios previstos continuam consideráveis. A principal preocupação recai na sobrecarga de trabalho durante o período de transição, devido a necessidade de operar simultaneamente. Ou seja, durante a transição da reforma tributária, iremos lidar com o modelo novo e o “velho” ao mesmo tempo.
Outro ponto relevante são os custos associados ao aprendizado e à adaptação dos sistemas às novas regras. Além disso, existe o receio quanto a um possível aumento da carga tributária, nem que seja inicialmente.
A capacitação das equipes e a incerteza jurídica durante a transição também figuram entre os pontos de atenção levantados.
O estudo “Reforma Tributária no Brasil: Insights, desafios e oportunidades para contadores”, aprofunda a análise dessas percepções, quantificando cada um desses pontos. Oferecendo um roteiro das áreas que demandarão maior atenção e investimento por parte dos escritórios.
Investimento em tecnologia e pessoal
A adaptação à nova realidade da reforma tributária exigirá também alguns investimentos estratégicos. Neste contexto, os sistemas de gestão contábil são vistos como cruciais. Com a expectativa de maior automação e precisão nos cálculos de impostos, na geração de obrigações acessórias e na apuração fiscal.
Nesse sentido, a agilidade na implementação de novos módulos e de documentos fiscais eletrônicos também é altamente valorizada.
Paralelamente à tecnologia, o capital humano é uma prioridade.
A pesquisa sobre a reforma tributária indica que a maioria dos profissionais antevê um aumento nos investimentos em treinamento de talentos e atualização de processos já nos próximos seis meses, com essa tendência se mantendo nos dois anos seguintes.
O relatório reforma tributária tambem explora as projeções de investimento em diferentes áreas (gestão fiscal, auditoria, consultoria externa, ERPs) e em diferentes horizontes temporais, auxiliando na compreensão das tendências de alocação de recursos.
Navegando a transição
A reforma tributária é um processo complexo e multifacetado. Para os profissionais da contabilidade, manter-se informado e planejar estrategicamente será fundamental não apenas para mitigar riscos, mas também para identificar e aproveitar as oportunidades que surgirão com o novo sistema.
A compreensão das mudanças, dos prazos e das implicações para diferentes setores e tipos de empresa será um diferencial competitivo.
O relatório“Reforma Tributária no Brasil: Insights, desafios e oportunidades para contadores” do Thomson Reuters Institute oferece uma análise aprofundada dessas questões, servindo como um recurso valioso para os profissionais que buscam se preparar de forma robusta para as transformações vindouras.
Para acessar a essas e outras análises sobre as percepções, desafios e estratégias dos profissionais contábeis frente à reforma tributária, baixe o estudo completo clicando no botão abaixo:
